Todos nós temos nossas manias, mas até que ponto
as manias podem ser consideradas obsessões? O TOC faz parte da rotina de muita
gente sem que elas se dêem conta
Contar número
das placas do carro, só dormir com a porta do armário fechada, contar degraus
de escada ou só entrar em algum lugar com o pé direito. Afinal, todas essas
coisas são apenas manias corriqueiras ou podem ser classificadas como doença?
A psicóloga
Daniela Julianetti explica que o TOC (transtorno obsessivo compulsivo) é um
transtorno psiquiátrico, classificado pelo excesso de ansiedade e manifestado
através de obsessões (idéias e pensamentos persistentes) e de compulsões (atos
repetitivos e desagradáveis que procuram afastar obsessões). Com relação às
sensações ruins que a pessoas que possuem TOC sentem, o mais indicado é
procurar um diagnóstico indicado por um profissional especializado. O
tratamento é sempre individual e acompanhado por psiquiatras, psicólogos e com
auxilio de medicamentos inibidores da serotonina como a fluoxetina, sertralina
e paroxetina na maioria dos casos. A doença pode ter início na juventude e
durar a vida toda se não for realizado o tratamento correto. Os sintomas desta
doença muito comum são considerados, até mesmo pelos portadores, absurdos e
ilógicos e, portanto, de tanto se martirizar a pessoa afetada cria rituais para
afastar esses maus pensamentos, achando que desta maneira eles irão sumir.
Acontece que ao colocar em prática esses rituais viciantes o doente fica
ansioso. Esta mistura de sentimentos ruins causa uma profunda angústia e diminuição
da auto-estima e, em alguns casos, pode levar a depressão.
Porém, nem
tudo é considerado TOC. “Se os rituais atrapalham sua rotina, então temos um
problema. Agora, se não atrapalham não tem problema algum. Todo mundo tem
manias, mas não necessariamente todo mundo tem TOC. Enquanto elas não forem
obsessivo-compulsivas não tem problema algum a pessoa ter. Mas, quando a idéia
passa a perseguir a pessoa, então é importante ficar atento e procurar ajuda
especializada”, cita Daniela. A psicóloga também atenta que muitas vezes a
doença não é percebida pelas pessoas ao redor porque as obsessões aparecem
apenas mentalmente e não são observáveis. “Todas elas, perceptíveis ou não, tem
a mesma função: reduzir a aflição associada a um pensamento”, finaliza.
Saiba agora
as dicas de Daniela Julianette sobre o que é ou não considerado TOC:
Apenas mania:
-
Preocupações
- Dúvidas
- Crenças
supersticiosas
- Organizar
armários
- Comprar uma
mesma marca sempre
- Levantar
com o pé direito
São
considerados TOCs:
- Lavar as
mãos, a ponto de se machucar ou torná-las avermelhadas e inflamadas
- Contar
certos objetos sem parar
- Verificar
ou controlar algo incansavelmente
- Repetições
ou confirmações
- Ordem,
simetria, seqüência ou alinhamento de qualquer coisa
- Acumular,
guardar ou colecionar coisas inúteis (colecionismo)
Os TOCs
mentais são:
- Rezar
demasiadamente, repetir palavras, frases, números
- Tocar,
olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos, repetir palavras especiais
ou frases
- Relembrar
cenas ou imagens, fazer listas, marcar datas para tudo
- Tentar
afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por pensamentos contrários
- Preocupação
excessiva com sujeira, germes ou contaminação
- Preocupação
com simetria, exatidão, ordem, seqüência ou alinhamento
-
Pensamentos, imagens ou impulsos de ferir, insultar ou agredir outras pessoas
-
Pensamentos, cenas ou impulsos indesejáveis, imorais e impróprios relacionados
a sexo
- Preocupação
em armazenar, poupar, guardar coisas inúteis ou economizar demasiadamente e sem
necessidade
-
Preocupações com doenças ou com o corpo
Indicação de
filmes que trazem relatos sobre o TOC :
- Melhor é
impossivel
- O Aviador
- Eterno Amor
- Monk
- Elektra
Fique atento
com sua postura diante ao mundo e os pensamentos que cercam a sua cabeça e
rotina. Caso eles estejam descritos acima como compulsão, procure uma
orientação médica o mais rápido possível. De resto, é até interessante quando
levantamos com o pé direito ou quando passamos o tempo fazendo cálculos malucos
sem que eles possam atrapalhar o nosso dia-a-dia!
Reportagem de: Anna Carolina Ribeiro
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